
Castello di Ama
Após longas e tortuosas curvas, o motorhome chegou mareado no Castello di Ama, próximo a cidade de Gaiole in Chianti, Toscana, região de Chianti Clássico, construído na idade média, de propriedade de Lorenza Sebasti e Marco Pallanti. Amantes de vinho e arte, durante 12 anos eles contrataram trabalhos de artistas contemporâneos de classe mundial, para executarem obras espalhadas em diversas áreas do complexo.

A primeira obra foi instalada em 2000 com o trabalho de Michelangelo Pistoletto “Lo Specchio che é in noi” (o espelho está dentro de nós). É um obra de arte de madeira, mostrando uma grande árvore monolítica, tronco cortado com espelhos em seu interior, em busca de conectar o submundo e o céu e convidam os visitantes a refletir sobre o espirito partícular do Castello di Ama.
A partir daí, outras obras foram sendo incorporadas. Quando o artista sul-africano Kendall Geers visitou o Castello di Ama, sentiu a paixão da vinha e a evolução e a transformação (revolução) do processo de elaboração do Chianti, através dos séculos, expressou em arte seu sentimento em uma parede do fundo da adega, em letras vermelhas em neon, com a palavra: NOITU(LOVE)R, que se lida de trás para frente se lê: “Revolution” e por dentro desta palavra outra palavra: Love”. NOITU significa poesia.
Daniel Buren apresenta a obra “Ponto de vista”, uma parede de espelho de 25 metros de largura e 2 metros de altura, voltada para os vinhedos, construída em uma das edificações do complexo do Castello di Ama, com objetivo de fechar a vista do campo e ao mesmo tempo abrir a vista em alguns pontos particulares, através de janelas. A parede é dotada de janelas quadradass que enquadram uma moldura e enfatiza a beleza da paisagem dos vinhedos no vale.


Na sala de barris suspensa no teto, surge uma obra de Chen Zhen que retrata a vida, a nergia latente do interior do corpo humano, através de centenas de recipientes de vidros transparentes, de formatos similares aos órgãos vitais: coração, estomago, bexiga e pulmão, os quais estão iluminados indiretamente.

O trabalho “Yo no quiero ver más mis vecinos” de Carlos Garaicoa foi instalado em uma área externa representado por vários muros, em miniatura, mas em proporção aos originais que marcam várias fases da história da humanidade, como o muro de Berlim, a grande Muralha da China, o muro de Tijuana, que separa o EUA do México, o muro que separa Israel dos Palestinos e o muro que separa as duas Coréias.
O Castello di Ama, é um destino bastante procurado pelos enoturistas pois oferece excelente infraestrutura para recebê-los. Além de uma linda vista da região, o turista pode também apreciar as várias instalações de arte e degustar ótimos vinhos!
Degustação no Castello di Ama:

Chianti Classico Ama 2010 –DOCG
Um corte com 90% de Sangiovese e 10% de Merlot que passou um ano em barrica e 7 meses em garrafa se apresentou com cor cereja intensa. No nariz, aromas de intensidade aromática média. Na boca, ótima acidez, tânico e fresco ao mesmo tempo. Retrogosto médio. Excelente:91 pontos
Haiku – IGT- 2009
Um corte de 50% de Sangiovese, 25% de Merlot e restante de Cabernet Franc, um Supertoscano de cor granada. Nariz de intensidade média. Macio, na boca, boa estrutura. Taninos maduros e aveludados, retrogosto longo.Excelente:94 pontos
Chianti Classico Riserva Castello di Ama 2008
De cor granada, límpido. No nariz mostra aromas de cereja, amora e notas de frutas negras. Na boca, boa acidez. Taninos presentes e maduros. Retrogosto longo. Excelente:92 pontos.
Biondi Santi
Nossa primeira visita na zona de Montalciono foi na vinícola Biondi Santi. Franco Biondi Santi é considerado o pai do vinho Brunello di Montalcino devido ao seu intenso trabalho estudando dezenas de clones da Sangiove e suas adaptações nas terras cercanias de Montalcino. Ele selecionou 80 clones da uva Sangiovese e elaborou mini-vinificações com cada clone. O clone de melhor performance para elaborar Brunellos, foi denominado Sangiovese Grosso.


Mas, a base histórica desta difícil uva começou há cerca de 150 anos atrás com a percepção de Clemente Santi de que certa parte de seus vinhedos as uvas Sangiovese colhidas tinham uma película muito dura e o vinho resultante era mais expressivo. Seu neto, Ferruccio, realizou vários enxertos com as mudas desta uva de casca mais dura e em 1888 engarrafou seu primeiro vinho denominado: Brunello. Mas, o vinho resultante aportava uma acidez agressiva e grande carga de taninos.

De modo a tornar o vinho mais palatável Franco Biondi deixou o vinho em maturação durante vários anos em grandes barricas de carvalho esloveno. O resultado foi gratificante, gerando um vinho de grande capacidade de envelhecimento, acidez bem posicionada e taninos domados e aromas intensos de rosas.

Mas, a base histórica desta difícil uva começou há cerca de 150 anos atrás com a percepção de Clemente Santi de que certa parte de seus vinhedos as uvas Sangiovese colhidas tinham uma película muito dura e o vinho resultante era mais expressivo. Seu neto, Ferruccio, realizou vários enxertos com as mudas desta uva de casca mais dura e em 1888 engarrafou seu primeiro vinho denominado: Brunello. Mas, o vinho resultante aportava uma acidez agressiva e grande carga de taninos.

De modo a tornar o vinho mais palatável Franco Biondi deixou o vinho em maturação durante vários anos em grandes barricas de carvalho esloveno. O resultado foi gratificante, gerando um vinho de grande capacidade de envelhecimento, acidez bem posicionada e taninos domados e aromas intensos de rosas. Infelizmente um mês antes de nossa chegada, Franco faleceu e seu filho Jacopo Biondi Sandi estava em luto e atarefado com a burocracia de documentação, mas nem por isto deixou de estar conosco e comentar sobre esta interessante e fascinante história de criação deste vinho mágico,pela família Sandi, precursores (pais) do Brunello di Montacino.
Degustação na Biondi Santi:
01: Rosso di Montalcino – 2009
Vinho elaborado com uvas provenientes de parreiras com idade média de 10 anos. De cor granada transparente. No nariz aromas leves lembrando frutos silvestres. Na boca, acidez bem posicionada, macio, pronto para beber. Retrogosto médio. Muito bom. 88 pontos. Em complementação a degustação comento que o vinho tinto Rosso di Montalcino é uma excelente opção para se iniciar no mundo dos Brunellos pois é elaborado com a mesma uva Sangiovese. Suas diferenças com relação aos Brunellos é que o Rosso di Montalcino é mais barato, seu rendimento (toneladas de uvas por hectare) é superior. Geralmente, utilizam-se uvas de vinhedos mais novos e reservando os vinhedos mais velhos para elaborar o Brunello. Assim é o mundo do vinho…
02: Brunello di Montalcino – 2007
Este vinho se apresentou de cor vermelho escuro. Viscosidade média. Aromas elegantes de intensidade média. O vinho estava fechado. Na boca, ótima acidez, bom ataque, pronto para beber, no seu ápice. Macio, delicado. Retrogosto médio. Muito bom. 89 pontos.
03: Brunello di Montalcino – Riserva – 2007
Com a mesma tonalidade de cor do vinho anterior, mas com um nariz mais potente e complexo sobressaindo cereja e depois defumados e couro. Na boca a mesma acidez bem posicionada, leve oxidação que não compromete o conjunto. Retrogosto longo. Excelente vinho. 90 pontos.
04: Sassoaloro – 2009
As uvas deste vinho vem da região de Marema, fora da área delimitada de Montalcino. Esta região apresenta um clima mais quente mostrada no vinho com maior poder alcoólico e na sua viscosidade elevada e cor granada escura. Aromas de chocolate, taninos presentes na boca, domados, macio e de grande corpo. Muda de estilo com relação aos vinhos de Montalcino. Os de Marema podem ser considerados mais modernos e mais globais e menos delicados do os vinhos Brunellos. Muito bom. 87 pontos.
05: Morelalino di Sacansano – Castello di Montepo -2009
Um varietal com 100% de Sangiovese de cor violeta profunda. Viscosidade média. No nariz, aromas frutados e doces. Na boca, de bom corpo, macio, boa acidez. Taninos bem posicionados. Retrogosto longo. Muito bom. 89 pontos.
Castello di Volpaia
Fomos recebidos pela simpática Giovana em sua vila, construída no século XII, onde a vinícola é espalhada em diversas instalações românticas edificadas em pedras. Os interiores dos casarões antigos ,igrejas e passagens subterrâneas desta vila foram reaproveitadas para a instalação de equipamentos de vinificação e fabricação de azeite, gerando uma sequencia de abre e fecha de portas, durante nossa visita. Para tal, Giovana carregava um grande molho de chaves.
O tour começa a partir da sacristia e termina nas caves das várias igrejas que estão agora dedicados à produção e envelhecimento de vinho Volpaia.





Degustação no Castelo de Volpaia
01: Prelius
Um branco elaborado em Marema, com a uva Vermentino, onde a vinícola tem uma outra propriedade. O vinho se apresentou de cor amarelo claro, brilhante. De viscosidade média. Aromas intensos de excelente qualidade remetendo a frutas cítricas com fundo de maça madura. Na boca, acidez bem posicionada, macio, de grande corpo, complexo. Excelente. 92 pontos.
02: Volpaia Chiante Clássico – DOCG – 2010
Com 90% de Sangiovese e 10% de Merlot mais Syrah, este tinto passou 10 meses em barris grandes (botas) se apresentou com cor violeta, intensidade aromática baixa, ainda fechado. Na boca, macio, boa acidez, de corpo médio. Muito bom. 87 pontos.
03: Volpaia Chianti Riserva –DOCG – 2009
100% elaborado com a Sangiovese, que passou 18 meses em (botas) e uma parte em barris de 225 litros e depois mesclados. No nariz, aromas de cereja ácida. Alta intensidade aromática de flores silvestres e bosque. Na boca, ótima acidez, que enche a boca. Bom corpo. Retrogosto médio. Muito bom. 88 pontos.
04: Volpaia Chianti Riserva – 2009
Vinho proveniente de uma seleção de parcelas especiais de Coltassala, com produção limitada. Somente 2.000 garrafas, com 95% de Sangiovese e 5% de Mammolo, responsável por apresentar aromas de violeta e melhorar um pouco a acidez da Sangiovese. De cor violeta, escura. Alta viscosidade. Aromas intensos de violeta e depois de alguns minutos torna-se complexo, com aromas de tapaco de excelente qualidade. Na boca, taninos sutis, ótimo ataque inicial. Retrogosto médio. Excelente. 90 pontos.
05: Volpaia Balifico – 2009
Um supertoscano elaborado em corte, 35% de Cabernet Sauvignon, com 65% de Sangiovese se apresentou de cor violeta, intensa e escura. Alta viscosidade, com lágrimas rosadas, mostrando boa carga de extrato e estrutura. No nariz, aromas intensos de couro e leve cereja. Na boca, ainda jovem, mas com taninos maduros que mais alguns anos vai mostrar todo o seu potencial. Retrogosto longo. Excelente. 91 pontos.
06: Prelius 2011
Um tinto da região de Marema, mono-varietal de Cabernet Sauvignon, de cor quase negra. Viscoso, com lágrimas rosadas. Aromas vegetais. Na boca, de grande corpo, macio. Retrogosto médio. Bem elaborado. Não é o estilo de Cabernet que gosto. Bom vinho. 85 pontos.
07: Vin Santo 2006
Um vinho de sobremesa em corte com 60% de Trebiano e restante de Malvasia, as quais são colocadas para serem passificadas em Caratello, (barris pequenos de 120 litros) de carvalho italiano, que não aporta madeira. De cor amarelo dourado. Aromas intensos de mel de excepcional qualidade. Na boca, doce sem ser enjoativo, maravilhoso, macio, elegante. Excepcional. 95 pontos.
Chianti – O vinho mais popular da Itália
O Chianti é um dos vinhos mais antigos da Itália, cujo nome é usado deste o século XIII. Nesta época ele era um vinho branco oriundo das colinas ao redor de Radda in Chianti, Gaiole e Castellina. A partir de 1930 a região denominada aumentou cobrindo grande parte da Toscana. A partir do século XIX, precisamente em 1881, o nome Chianti designava um vinho tinto elaborado principalmente com a uva tinta Sangiovese (90%) e 8% da tinta Canaiolo para amaciar a Sangiovese e 2% da branca Malvasia. Ao passar dos anos foi acrescentado a este corte outra uva branca, a Trebbiano. A adição de uvas brancas tinha como finalidade abrandar a aspereza da tinta Sangiovese e que o vinho pudesse ser bebido um pouco mais jovem, mais novo.
O estilo de vinificação e a mistura de uvas continuaram e atualmente é até permitido um corte de uvas francesas (Cabernet Franc, Merlot, Syrah) com a Sangiovese desde que esta mistura de castas francesas não ultrapasse os 20%. Caso isto ocorra os viticultores não podem colocar nos rótulos das garrafas o selo D.O.C. (Denominação de Origem Controlada). Neste caso eles tem que colocar I.G.T . (Indicação Geográfica Típica). E, a partir de 2006 foi proibido inserir castas brancas no corte do Chianti.

A medida que o Chianti se tornava famoso, novas áreas foram incorporadas, a produção aumentou e a qualidade caiu consideravelmente, até que em 1924, foi criado o “Conzorcio Vino Chianti Clássico”, que definiu várias regras para a vinificação deste tipo de vinho de alma e coração italiano e certa acidez que é sua principal característica. Este consórcio delimitou uma parte da Toscana (área restrita), com uma série de normativas de cultivo e vinificação e introduziram um selo ou um símbolo para o Chianti Classico, a figura de um galo negro, colado no gargalo da garrafa para diferenciar e identificar o Chianti Clássico das outras sete zonas de elaboração de Chianti da Toscana;
- Chianti Rufina (nordeste de Florença)
- Chianti Colli Fiorentini (parte oriental e central do sul da Toscana)
- Chianti Colli Senesi (Sul de Siena)
- Chanti Colli Arentini (em torno da cidade de Arezzo)
- Chianti Colline Pisane (ao sul da cidade de Pisa e Livorno)
- Chianti Montalbano (entre Pistoia e Carmignano, próximo à cidade de Pomino)
- Chianti Montespertoli (pouco acima de San Gimignano.
- Chianti Classico
Depois da zona do Chianti Classico, os vinhos mais interessantes provêm da zona de Rufina.
Os vinhos de Chianti Colli Fiorentini(Firenze) são mais simples em estrutura . Já os vinhos oriundos de Chianti Colli Aretini, ao redor da cidade de Arezzo e os Colli Senesi, no sul da Toscana sofrem forte concorrência com o vinho Brunello di Montalcino e o Nobile di Montepulciano, os quais usam as uvas melhores dos locais mais altos, deixando a sobra para os Aretini e Sensis.
O mesmo ocorre com o Chianti Montalbano que fica na sombra do famoso vinho Carmignano, superior em qualidade ao Chianti Montalbano. Os vinhos Chianti Colline são considerados os mais leves da família Chianti.
Então a oitava zona e principal ficou definida como Chianti Clássico, abrangendo uma área quase retangular abaixo da cidade de Florença até Siena. As exigências para a elaboração do Chianti Clássico são mais rígidas, passando pelo teor de álcool que deve ser superior a 12% e rendimento máximo limitado a 7,5 toneladas de uva por hectare. Já o Chianti simples ou de outras zonas pode apresentar vinhos com teor de alcoólico de apenas 11,5% e rendimentos de 9 toneladas por hectare.
Como estas zonas abrangem uma extensão considerável com milhares de viticultores, climas diferentes entre si, níveis de qualidades diferentes, práticas de vinificação diferentes, gerou-se grande diversidade e estilos de Chiantis. Então, a partir de 1960 foi estabelecido o conceito de DOC (Denominazione di Origine Controllata ) e em 1984, tornou-se um vinho DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita), com regras mais rígidas para recuperar o prestígio dos vinhos Chiantis que teve sua reputação abalada no exterior, pelo excesso de vinhos de baixa qualidade comercializados. Além destas duas categorias foi criada a categoria “Riserva”.
Com o passar dos anos a área delimitada do Chianti Clássico foi crescendo. Atualmente, os vinhedos intitulados Clássicos se estendem pelos munícipios de Radda, Gaiole, Castellina, San Casciano Val di Pisa, Barberino Val d!Elsa, Castelnuovo e Greve.
A micro-região do Chianti Clássico é mais quente e é considerada a melhor em virtude dos seus solos secos e rochosos, excelentes para a difícil casta Sangiovese.
Enfim, para compreender as diferenças peculiares entre as centenas de estilos de Chianti é recomendável viajar lentamente entre as colinas que envolvem as maravilhosas áreas verdejantes da Toscana. Assim, o degustador de vinhos poderá perceber em cada estilo de Chianti as diferenças climáticas que influenciam fortemente na uva Sangiovese.
O Chianti é um dos vinhos mais antigos da Itália, cujo nome é usado deste o século XIII. Nesta época ele era um vinho branco oriundo das colinas ao redor de Radda in Chianti, Gaiole e Castellina. A partir de 1930 a região denominada aumentou cobrindo grande parte da Toscana. A partir do século XIX, precisamente em 1881, o nome Chianti designava um vinho tinto elaborado principalmente com a uva tinta Sangiovese (90%) e 8% da tinta Canaiolo para amaciar a Sangiovese e 2% da branca Malvasia. Ao passar dos anos foi acrescentado a este corte outra uva branca, a Trebbiano. A adição de uvas brancas tinha como finalidade abrandar a aspereza da tinta Sangiovese e que o vinho pudesse ser bebido um pouco mais jovem, mais novo.
O estilo de vinificação e a mistura de uvas continuaram e atualmente é até permitido um corte de uvas francesas (Cabernet Franc, Merlot, Syrah) com a Sangiovese desde que esta mistura de castas francesas não ultrapasse os 20%. Caso isto ocorra os viticultores não podem colocar nos rótulos das garrafas o selo D.O.C. (Denominação de Origem Controlada). Neste caso eles tem que colocar I.G.T . (Indicação Geográfica Típica). E, a partir de 2006 foi proibido inserir castas brancas no corte do Chianti.
A medida que o Chianti se tornava famoso, novas áreas foram incorporadas, a produção aumentou e a qualidade caiu consideravelmente, até que em 1924, foi criado o “Conzorcio Vino Chianti Clássico”, que definiu várias regras para a vinificação deste tipo de vinho de alma e coração italiano e certa acidez que é sua principal característica. Este consórcio delimitou uma parte da Toscana (área restrita), com uma série de normativas de cultivo e vinificação e introduziram um selo ou um símbolo para o Chianti Classico, a figura de um galo negro, colado no gargalo da garrafa para diferenciar e identificar o Chianti Clássico das outras sete zonas de elaboração de Chianti da Toscana;
Chianti Rufina (nordeste de Florença)
Chianti Colli Fiorentini (parte oriental e central do sul da Toscana)
Chianti Colli Senesi (Sul de Siena)
Chanti Colli Arentini (em torno da cidade de Arezzo)
Chianti Colline Pisane (ao sul da cidade de Pisa e Livorno)
Chianti Montalbano (entre Pistoia e Carmignano, próximo à cidade de Pomino)
Chianti Montespertoli (pouco acima de San Gimignano.
Chianti Classico
Depois da zona do Chianti Classico, os vinhos mais interessantes provêm da zona de Rufina.
Os vinhos de Chianti Colli Fiorentini(Firenze) são mais simples em estrutura . Já os vinhos oriundos de Chianti Colli Aretini, ao redor da cidade de Arezzo e os Colli Senesi, no sul da Toscana sofrem forte concorrência com o vinho Brunello di Montalcino e o Nobile di Montepulciano, os quais usam as uvas melhores dos locais mais altos, deixando a sobra para os Aretini e Sensis.
O mesmo ocorre com o Chianti Montalbano que fica na sombra do famoso vinho Carmignano, superior em qualidade ao Chianti Montalbano. Os vinhos Chianti Colline são considerados os mais leves da família Chianti.
Então a oitava zona e principal ficou definida como Chianti Clássico, abrangendo uma área quase retangular abaixo da cidade de Florença até Siena. As exigências para a elaboração do Chianti Clássico são mais rígidas, passando pelo teor de álcool que deve ser superior a 12% e rendimento máximo limitado a 7,5 toneladas de uva por hectare. Já o Chianti simples ou de outras zonas pode apresentar vinhos com teor de alcoólico de apenas 11,5% e rendimentos de 9 toneladas por hectare.
Como estas zonas abrangem uma extensão considerável com milhares de viticultores, climas diferentes entre si, níveis de qualidades diferentes, práticas de vinificação diferentes, gerou-se grande diversidade e estilos de Chiantis. Então, a partir de 1960 foi estabelecido o conceito de DOC (Denominazione di Origine Controllata ) e em 1984, tornou-se um vinho DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita), com regras mais rígidas para recuperar o prestígio dos vinhos Chiantis que teve sua reputação abalada no exterior, pelo excesso de vinhos de baixa qualidade comercializados. Além destas duas categorias foi criada a categoria “Riserva”.
Com o passar dos anos a área delimitada do Chianti Clássico foi crescendo. Atualmente, os vinhedos intitulados Clássicos se estendem pelos munícipios de Radda, Gaiole, Castellina, San Casciano Val di Pisa, Barberino Val d!Elsa, Castelnuovo e Greve.
A micro-região do Chianti Clássico é mais quente e é considerada a melhor em virtude dos seus solos secos e rochosos, excelentes para a difícil casta Sangiovese.
Enfim, para compreender as diferenças peculiares entre as centenas de estilos de Chianti é recomendável viajar lentamente entre as colinas que envolvem as maravilhosas áreas verdejantes da Toscana. Assim, o degustador de vinhos poderá perceber em cada estilo de Chianti as diferenças climáticas que influenciam fortemente na uva Sangiovese
Montalcino
Das videiras dos vales e colinas, em torno da cidade de Montalcino, surge um dos grandes vinhos da Toscana e do mundo: o Brunello di Montalcino. Um grande vinho elaborado com a mais importante uva tinta italiana, a Sangiovese. Na verdade, nesta região são vários clones da Sangiovese que aumenta o leque dos diferentes estilos de Brunello, cujo clone principal é chamado de Sangiovese Grosso.


A cidade de Montalcino fica no sul da Toscana, cerca de 40 km de Siena.


O vinho Brunello é envelhecido pelo período de quatro anos em barricas de carvalho francês ou em grandes tonéis, normalmente de carvalho esloveno. No caso do Riserva, mais um ano em barrica ou garrafa. Vinho de grande estrutura, muito tânico quando jovem, o Brunello necessita de cinco a dez anos para atingir a sua maturidade e, quando de bom produtor e de boa safra, pode envelhecer por décadas. Em sua plenitude, o Brunello é, sem dúvida, um vinho inesquecível, apresentado no nariz um buquê fantástico e na boca estrutura encorpada e aveludada.
Para quem deseja iniciar no mundo do Brunello recomendo começar pelo Rosso di Montalcino, que é elaborado com a mesma casta Sangiovese Grosso, na região delimitada de Montalcino. Apesar de ser elaborado com a mesma Sangiovese Grosso o Rosso di Montalcino apresenta maior simplicidade, menos complexidade, menor estrutura do que os Brunellos. Geralmente o rendimento (hectrolitros por hectare) utilizado no Rosso é superior ao utilizado para elaborar os Brunellos. Além, o tempo de repouso nas barricas é menor, mas nem por isto deixa de ser um vinho interessante.
O “terroir” da zona de viticultura de Montalcino é muito variado, mesmo entre vinícolas vizinhas, com tendência a clima seco e moderadamente mediterrâneo e protegido das tempestades pelo Monte Amiata. A altitude alta favorece a amplitude térmica diurna versus a noturna, favorecendo o sofisticado “bouquet” deste vinho.
O tipo de solo também varia muito, influenciando no caráter do vinho, passando de calcário argiloso alternando com solos pedregosos, e em algumas áreas mais arenoso.









