O Vêneto é uma sub-região da região do nordeste da Itália. Se estende desde o rio Pó até a fronteira com a Áustria, entre Trentino-Alto Adige a oeste e Friuli-Venezia Giulia a leste, tendo como referência as cidades de Veneza (a leste), Verona (a oeste), Rovido (ao sul) e Belluno (ao norte).
As áreas vinícolas do Vêneto estão ao longo do Lago Garda, ao longo do sopé dos Alpes, até à lagoa do Adriático em Veneza e às fronteiras do Friuli.
Um quinto da produção de vinhos de qualidade da Itália vem do Vêneto, cerca de 850 milhões de litros, três vezes a produção brasileira.
Os vinhos mais famosos do Vêneto são os tintos;
- Valpolicella
- Amarone della Valpolicella
- Recioto della Valpolicella
- Bardolino
- o branco Soave
- espumante Prosecco
Antes de começar as visitas às vinícolas percorremos durante um dia os 60 km na margem do Lago di Garda parando o motorhome em cada curva da estrada para fotografar as magnificas paisagens entre as pequenas cidades de Peschiera, Pazise, Bardolino e Malcesine. Ao atingir Torboleti chegamos na região de Trento e retornamos pela auto-estrada, para atingir a sub-região de Valpolicella.
A zona de Valpolicella está dividida em duas partes: Zona Clássica em torno de San Pietro em Cariano, Sant Ambrogio, Fumane, Marano e Negrar, com vinhos intensos e interessantes, em altitudes entre os 150 a 450 metros. Fora desta zona, a maioria dos vinhos produzidos são em escala industrial e de qualidade discutível.
O Valpolicella é um vinho em corte com três uvas tintas, tendo a Corvina como principal (55% a 70%), como coadjuvantes a Rondinela (25% a 50%) e Molinara (5 a15%). Neste corte cada uma tem sua função: a primeira dá cor, caráter e maciez; a segunda contribui com a estrutura, e a terceira com a acidez e um delicado toque amargo. A mistura destas três uvas é a mais comum, entretanto, alguns viticultores introduzem algumas outras castas tintas como a Rossignola, Negrara ou um clone da Sangiovese.
O Valpolicella é um fenômeno de vendas pelo mundo afora. É um dos vinhos mais populares do mundo e carro chefe das exportações italianas. Ele é amado ou odiado, pois sua qualidade que varia enormemente, desde os mais simples, diluídos, de baixa qualidade até os exemplares de boa para média qualidade. Mas, o mundo do vinho está mudando e com eles a qualidade do Valpolicella está subindo e com preços interessantes. É um mar de vinhos e garimpando consegue-se degustar bons Valpolicellas.
Ele se divide em quatro categorias:
- Valpolicella comum
- Valpolicella Clássico
- Valpolicella Valpantena
- Valpolicella Superiore.
O Valpolicella comum apresenta baixo teor de álcool (11%) e deve ser bebido ainda jovem. Os Valpolicellas denominados Clássicos são provenientes de vinhedos da região mais conceituada e historicamente original, mostrada na figura acima, e sua qualidade é superior, mais estruturado, com maior teor alcoólico (12%) e necessitam de envelhecer nos barris durante 2 anos antes de serem comercializados.
Mas, nem tudo que se produz no Vêneto é de baixa qualidade. Sua expressão máxima surge nos Amarones. O Amarone é bastante concentrado e seu teor alcoólico é mais elevado – nunca menor do que 14%, e pode chegar aos 17%. O que gera a diferença entre os dois estilos é o método de elaboração, bem distinto do Valpolicella. Enquanto o Valpolicella é feito como qualquer vinho de mesa, o Amarone é “turbinado” por um procedimento conhecido como apassimento (uvas secas).
Nesta mesma região existe um vinho produzido pelo método especial conhecido como Ripasso. Ele sofre duas fermentações. 70% da colheita das uvas tintas: Corvina, Molinara e Rondinela são fermentadas e é elaborado um “Vinho Base”. E, 30% das uvas colhidas vão para salas especiais ou cabanas arejadas e secas, conhecidas como “fruttai”, colocadas em prateleiras para secagem (pacificação), durante cerca de 3 meses. As uvas sofrem uma desidratação e automaticamente alta concentração de açucares. Após sua secagem elas são misturadas com o “Vinho Base” e sofre uma segunda fermentação, gerando um vinho sublime, complexo e de delicada doçura e teor alcoólico em torno de 14 graus superior ao Valpolicella Comum (12 graus) e qualidade infinitamente superior. A partir daí, ele passa a ser chamado de Valpolicella Ripasso. Neste processo, pode ser gerado dois estilos: O Amarone e o Recioto. Com este processo especial ele torna-se um tinto com extraordinária concentração de aromas e grande estrutura. O primeiro, conhecido como Amarone della Valpolicella é um vinho de mesa, onde a segunda fermentação é completa, transformando todo o açúcar da uva em álcool. E o segundo é um vinho de sobremesa, chamado de Recioto della Valpolicella, o qual sofreu uma interrupção da segunda fermentação, mantendo açúcar residual (30g de açúcar por litro) sem ser transformado em álcool. Uma doçura delicada, suave e elegante.
1 Comentário. Deixe novo
Boa a matéria! Apesar de adorar vinhos tem alguns conceitos que me faltam e adoro quando eles são colocados no blog! Agora eu entendi, perfeitamente, quando meus clientes e fornecedores da região de Veneto escolhem seus vinhos pelo teor alcoolico! Enfim, já tomei excelentes vinhos de Veneto!