No Rio Grande do Sul concentra-se mais de 90% da produção vinícola do país e lá estão as melhores vinícolas brasileiras. A maior
parte destas vinícolas está localizada na Serra Gaúcha região de montanha ao norte no estado, destacando-se as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul, seguidas de Flores da Cunha, Farroupilha e Canela, e o restante em Erechin, no noroeste do estado; Jaguari, no sudoeste; Viamão e São Jerônimo, no centro-leste; Bagé, Don Pedrito, Pinheiro Machado e Santana do Livramento,
no extremo sul.

Regiões vinicolas do Rio Grande do Sul
Vale dos Vinhedos:
A principal sub-região é o Vale dos Vinhedos, localizada no Rio Grande do Sul, Serra Gaúcha, gravitando em torno da cidade de Bento Gonçalves, distante de 120 km de Porto Alegre. Situa-se entre os paralelos 29 e meridianos 51. É a principal sub-região de produção de vinhos finos do Brasil, onde estão as principais e melhores vinícolas.
O Vale dos Vinhedos é uma Indicação Geográfica (primeira região demarcada com o selo de Origem Controlada do país), situada
entre as divisas de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.
Principais vinicolas do Vale dos Vinhedos:
•Miolo
•Casa Valduga
•Cave de Pedra
•Almaúnica
•Don Laurindo
•Cave de Pedra
•Lídio Carraro
•Pizzato
•Vallontano
•Larentis
•Chandon
•Marco Luigi
Fora do Vale dos Vinhedos, mas próximo a cidade de Bento Gonçalves destacam-se a Salton, em Tuity e a Dal Pizzol, tradição em vinhos. E dentro da cidade de Bento, a Antiguissíma Aurora.
Pinto Bandeira:
Próximo a Bento Gonçalves, (8km) outra sub-região importante é Pinto Bandeira, onde estão a Cave Geisse, que elabora um dos melhores espumantes do Brasil e a vinícola Giovani e Valmarino. Pinto Bandeira é também conhecida com a denominação Vinhos de Montanha e está buscanco pela obtenção da uma Indicação de procedência.
Terroir:
Na região da serra gaúcha, o solo é ácido e arenoso e a regra é minifúndio. Índice pluviométrico muito alto, 1830 milímetros cúbicos anuais. Quando a safra não é boa às uvas ficam com pouco açúcar, dando produtos de médios a fracos.

Vinhedo tipo Pergulado, no Vale dos Vinhedos
O sistema de condução das parreiras por latada é um dos problemas do vinho brasileiro, os galhos ficam paralelos ao chão, próprio de regiões chuvosas, recebendo menor incidência do sol. As uvas americanas foram substituídas por viníferas finas mas o sistema de parreirais permaneceu, que deveria ser mudado para o sistema de espaldeira, no qual as frutas são plantas em fileiras e os galhos sustentados por arames.
Mas muitos viticultores já estão alterando para o sistema de espaldeira, onde as uvas recebem por igual bastante sol e gera uma quantidade maior de açúcar, o que é fundamental para a qualidade do vinho.

Vinhedos em Espaldeira - Vale dos Vinhedos
O grande problema da Serra Gaúcha é o excesso de chuvas no período que antecede a colheita (outubro a dezembro) e durante ela (janeiro a março), pois prejudica o amadurecimento das uvas, uma vez que a água em demasia e a falta de sol provocam nas uvas a diluição do açúcar. Para se ter uma idéia, enquanto nas principais regiões vinícolas do mundo o índice pluviométrico (índice de chuvas) médio é de 500 mm ao longo dos doze meses do ano, esse índice na Serra Gaúcha é alcançado em apenas três meses e, pior ainda, na época da colheita e, não raro também nos meses que a antecedem.
Enoturismo:
Hoje, o Vale dos Vinhedos conta com uma infra-estrutura para dinamizar o turismo. Estradas bem sinalizadas, indicando o caminho para cada vinícola, lindo trabalho de paisagismo, hotéis, pousadas, e excelentes restaurantes.
O Vale dos Vinhedos fica particularmente atraente de janeiro a março, época em que o parreiral está vistoso, os cachos maduros são colhidos e a vinificação está em curso.
O principal Hotel é o SPA DO VINHO, excepcional, localizado no coráção da estrada do Vale dos Vinhedos. Em frente, destaca-se também o Hotel Villa Michellon. E, a vinícola Casa Valduga possui uma bela pousada.
Principais vinhos que se destacam na Serra Gaúcha.
TINTOS
•Salton Talento
•Salton Desejo
•Lote 43 da Miolo
•Quinta do Seival da Miolo
•RAR da Miolo
•Merlot Terroir da Miolo
•Pequenas Partilhas Cabernet Franc da Miolo
•Concentus da Pizzato
•DNA da Pizzato
•Merlot da Pizzato
•Tannat 10 anos da Don Laurindo
•Angheben Pinot Noir
•Grand Reserva Merlot da Boscato
•Storia da Casa Valduga
•Touringa Nacional da Dal Pizzol
•Teroldo da Angheben
•Quorum da Lídio Carraro
•Elos Touringa Nacional da Lidio Carraro
•Merlot da Lidio Carraro
•Grand Reserva Merlot da Valmarino
•Syrah Reserva da Almaúnica
•Malbec Reserva da Almaúnica
ESPUMANTES DESTACADOS:
•Salton 100 anos
•Salton Reserva Ouro
•Salton Evidence
•Cave Geisse Nature
•Cave Geisse Brut
•Extra Brut da Cave de Pedra
•Millésime da Miolo
•130 Valduga Brut
•Valduga Grand Reserva Nature
•Don Giovani Brut
•Excellence Rosé Chandon
•Brut da Pizzato
•Brut da Vallontano
•Adolfo Lona Brut
•Chandon Excellence
•Bueno Cuvée Prestigie da Miolo e Galvão Bueno
Quebrando paradigmas:
É preciso, que o consumidor brasileiro deixe de comparar os nossos vinhos com os estrangeiros. Sem dúvida, os melhores
vinhos do mundo se originam da França, Itália, Espanha, Portugal, Chile e outros países. Entretanto, a rigor não se pode comparar vinhos de regiões diferentes, uvas diferentes e tipos de vinificação diferentes, que lhes conferem estilos diferentes. Do mesmo modo, o vinho brasileiro de qualidade tem o seu estilo. Alguns já mostram sua tipicidade.
Os brancos são adequados ao nosso clima – frutados, refrescantes, para serem consumidos jovens – e já alcançaram um nível de qualidade que ultrapassa muitos vinhos brancos de países de tradição vinícola.
Cerca de 20 rótulos de tintos apresentam ótima qualidade, podendo estar na faixa de vinhos muito bons. Ainda nada a inserir na categoria de vinhos excelentes, (90 a 94 pontos) e nenhum excepcional, maior do que 94 pontos. O maior problema dos vinhos tintos bons e muitos bons do Brasil é o seu elevado preço, (R$60,00 a R$80,00), faixa esta de ótimos vinhos importados.
Mas, em termos de expumantes estamos bem posicionados no mercado mundial. Muitos espumantes nacionais batem facilmente os prossecos italianos e cavas espanholas, além do seu ótimo custo qualidade. Na América do Sul, o Brasil é o principal país no quisito espumantes.
Novas Fronteiras: Campanha Gaúcha
Os vinhedos estão se expandindo próximo a fronteira com o Uruguai, especialmente em Encruzilhada do Sul, Bagé, Candiota, Pinheiro Machado e Santana do Livramento.
Principais distâncias:
•Bento Gonçalves – Vale dos Vinhedos: 4km
•Bento Gonçalves – Porto Alegre: 120km
•Bento Gonçalves – Gramado: 109km
•Bento Gonçalves – Tuity: 10km
•Bento Gonçalves – Pinto Bandeira: 8km
•Porto Alegre – Encruzilhada do Sul: 170km
•Porto Alegre- Candioto: 397km
•Porto Alegre – Santana do Livramento:530km