No final do século XIX ocorreu uma grande praga de filoxera na Europa, que destruiu imensas áreas de vinhedos, principalmente na França
conduzindo  à ruína a indústria vinícola francesa. Em 1850 atingiu Portugal e depois se espalhou pelo mundo, arrasando os parreiras, exceto no Chile.
Muitos empresários entraram em falência. Cerca de 40% das vinhas foram devastadas (cerca de 600.000 hectares) entre 1850 a 1870, que provocou quebra da produção da ordem de 50%. A economia francesa foi fortemente atingida pela murchidão provocada por este inseto, que se espalhou por outros paises da Europa e outros continentes.

O que é:
A filoxera é uma doença provocada por um inseto hermafrodita, minúsculo, medindo cerca de um milímetro e batizado com o nome de Phyloxera Vastatrix, que se alimenta do suco que extrai das raízes das videiras. Nas vinhas europeias, o filoxera provoca nodosidades (tumores) nas raízes, que em poucos anos enfraquecem e destroem as cepas.

Ela foi levada junto com as videiras americanas para a Franca com o intuito de se experimentarem enxertos, bem como para combater o oídio, ocorrendo este desastre inesperado.
A solução:
Muitos agricultores tentaram resolver o problema de maneira individual via inserção por produtos químicos e pesticidas, sem sucesso.
Em desespero, alguns prenderam sapos debaixo das videiras,enquanto outros deixavam em liberdade as aves na esperança de que comessem os
insetos. Nenhum destes métodos teve sucesso até que dois viticultores franceses propuseram que as vinhas europeias fossem enxertadas em porta-enxertos provenientes de cepas americanas, resistentes aos danos da filoxera. Ainda que muitos dos viticultores franceses desaprovassem a ideia, muitos não puderam ponderar outras opções. O método mostrou-se eficaz. A consequente “Reconstituição” (como foi chamada) das muitas vinhas que tinham sido afetadas foi um processo lento, mas a viticultura francesa conseguiu retomar uma relativa normalidade na sua produção, cuja técnica foi seguida por outros países.

Como a Vitis vinifera é vulnerável ao ataque dessa praga, criou-se a prática de plantar a resistente videira americana que, depois de um ano, sofre um corte no caule para que se faça o enxerto de uma vara ou sarmento da videira européia. Assim se consegue uma videira imune a filoxera e que produz bons frutos para a vinificação, sendo que o porta-enxerto americano (cavalo) funcionando como simples condutor de seiva e a videira européia (cavaleiro) contribuindo com a parte genética para garantir a qualidade da uva e, portanto, do vinho.
Ainda com medo desta praga as videiras americanas são plantadas em pé-franco ou diretamente na terra, enquanto as européias, para serem protegidas da ação da filoxera” são enxertadas para se conseguir uma planta nova.
No Chile, excepcionalmente, existem videiras centenárias ainda férteis, graças ao solo especial e ao fato de os parreirais chilenos não terem sido atingidos pela filoxera, protegidos que foram pelo clima excessivamente seco e pela barreira da Cordilheira dos Andes.












