Saímos de Bruxelas e fomos direto para Beaune, a capital do vinho da Borgonha, uma das principais regiões vinícolas do mundo (divide com Bordeaux o título de mais famosa região vinícola da França). Nossa introdução ao mundo do vinho da Borgonha foi organizada por Nico Knott, dono do restaurante Vier Jahreszeiten, (cidade de Nidrum- Bélgica) que conhecemos na Bélgica durante um almoço magnifico elaborado por este grande chefe de cozinha, importador e um dos grandes distribuidores de vinhos na Bélgjca. Gentilmente ele se deslocou para a França e nos acompanhou por dois dias em várias vinícolas, na Borgonha. Nosso agradecimento especial ao gentil e amável Nico.
Começamos nossa visita na Borgonha pela parte central, Côte D’ Or entre as cidades de Dijon e Beaune.
Passamos pelas denominações de Controle de Origem e gravitamos pelas redondezas de Beaune por 5 dias degustando dezenas de vinhos oriundos tanto de Côte de Nuits e Côte de Beaune (a especialidade de Côte de Nuits são os tintos elaborados com a Pinot Noir e de Côte de Beaune fica meio a meio entre os brancos de Chardonnay e Aligoté e os tintos de Pinot Noir).
Entre uma visita e outra, pausa para almoço em um restaurante típico borgonhês indicado pelo Nico.
Mas quando se trata de uvas as coisas ficam mais simples. Na Borgonha a rainha das uvas, a Chardonnay domina. As brancas Aligoté e Pinot Blanc ficam em segundo plano. E o berço da tinta Pinot Noir é a Borgonha, (somente no sul da Borgonha a casta tinta Gamay tem importância para elaborar o vinho Beaujolais).
A Pinot Noir —- a mais complexa e delicada das uvas tintas é tida também como “nervosa” e “imprevisível”. Na Borgonha produz vinhos de
aromas, sabor e textura excepcionais, sedutores e de classe imbatível, que oferecem sensações olfativas e gustativas absolutamente únicas. Depende fortemente da força do terroir (porção de terreno cujas peculiaridades determinam as características do vinho), da competência do enólogo e pode, em função destes, resultar em um Romanée-Conti —- um dos vinhos mais caros do mundo —- ou nos inúmeros e imprevisíveis vinhos de menor valor, que podem confundir e frustrar as expectativas.
Os vinhos típicos de Pinot Noir tendem a ter corpo leve, poucos taninos, aromas intensos de frutas vermelhas (morangos, framboesas
e cerejas) e florais (principalmente violetas). Quando amadurecem podem apresentar grande complexidade aromática, com nuances de couro, terra molhada, suor, húmus e cogumelos.
A Chardonnay origina vinhos acessíveis, de cor dourada e maciez amanteigada, aromas frutados em que se sobressaem abacaxi, pera,
cítricos, damascos e mel. Pode ter também o aroma de baunilha, ou grande mineralidade.
Degustação na vinícola Domaine Maillard Père & Fils
01: Aligoté 2001
Este vinho elaborado com a casta branca não nobre da Borgonha, a Aligoté, se apresentou no nariz com aromas delicados e de intensidade média. Na boca excelente acidez, mas com um leve amargor no final. Bom vinho 84 pontos.
02: Choney Les Beaune 2010 – Branco
Este branco com a Chardonnay apresentou aromas delicados e intensos. Na boca, ótima acidez, com leve toque de manteiga. Muito bom. 87 pontos.
03: Choney Les Beaune 2010 – Tinto
De cor vermelho rubi. Boa intensidade aromática. Na boca, taninos ainda por evoluírem. Muito bom. 85 pontos
04: Beaune Village 2009
De cor rubi. No nariz, aromas de intensidade média. Na boca boa carga de taninos ainda por serem resolvidos. Grande potencial para ser aberto daqui a alguns anos. Muito bom. 88 pontos.
05: Vounay Villages 2009
De cor rubi. No nariz, aromas de ameixa e azeitona. Na boca, corpo médio. Acidez muito bem posicionada. Retrogosto médio. Bom vinho. 84 pontos.
06: Aloxe-Corton Village 1976
Este vinho com 35 anos de vida ainda estava vivo de cor atijolada. Tivemos que esperar alguns minutos para deixar o vinho abrir e mostrar toda a sua complexidade aromática, de azeitona e leve couro. Na boca, macio, elegante, taninos domados e ainda presentes. Excelente. 90 pontos.
Degustação na vinícola Domaine Chanson Père & Fils
01: Domaine Chanson – Savigny-Les –Beaune – premier cru 2009
Um branco de cor amarelo puxando para o dourado. Alta viscosidade. Aromas doces de abacaxi de excelente qualidade. Na boca, ótima acidez. Bom corpo, elegante, retrogosto médio. Muito bom. 86 pontos.
02: Domaine Chanson – Pernand-Vergelesses – Premier Cru – Les Caradeux
Amarelo claro. Aromas de alta intensidade, remetendo a fruta cítrica madura. Na boca, bom ataque. Grande final de boca. Muito bom. 89 pontos.
03: Domaine Chanson – Clos des Mouches – Beaune – premier cru. 2009
Amarelo dourado mais para o claro. Aromas intensos de mel, complexos e de alta qualidade aromática. Na boca, ótima acidez,
equilibrado. Retrogosto médio. Muito bom. 89 pontos.
04: Domaine Chanson – Pernand-Vergelesses – premier cru, 2009
Um Pinot Noir de cor rubi. Alta viscosidade. Boa intensidade aromática remetendo a couro. Na boca, corpo médio. Taninos por
domar. Muito bom. 87 pontos.
05: Domaine Chanson – Beaune Teurons –premier cru – 2009
De cor rubi. Alta viscosidade. Aromas mais intensos do que o vinho anterior, remetendo a couro. Na boca, ótima acidez. Taninos um
pouco agressivo, o vinho ainda esta jovem. Mais alguns anos eles estarão domados. Retrogosto médio. Muito bom. 88 pontos.
06: Domaine Chanson – Clos des Mouches – premier cru 2007
Seus 5 anos de vida aparecem na cor marrom. Alta intensidade aromática, elegantes de cereja. Na boca, taninos macios, redondos.
Pronto para beber e degustar com calma em um jantar especial. Excelente. 90 pontos.
07- Domaine Chanson – Crevey- Cambertin – 2008
De cor granada. Alta viscosidade. Aromas indefinidos, durante a primeira aeração do copo. Depois surge aromas de frutas maduras. Na boca, macio, redondo. Retrogosto longo. Excelente. 91 pontos.
Degustação na vinícola Domaine Chanson Père & Fils