Conversar com Carmelo Patti é viajar em sua simplicidade. Um homem exemplo de dedicação e amor por sua profissão. Um professor Pardal do mundo do vinho.
Uma lenda, em Mendoza. Criativo. Ele faz de tudo na vinícola familiar. Ele acompanha o dia a dia, faz remontagem, cola rótulos em seus vinhos de maneira artesanal. Suas prensas são antigas, presente de um amigo que desativou uma vinicola. Suas instalações são simples, sem equipamentos de alta tecnologia.
Seus vinhos não vão para o mercado enquanto não atingir sua maturidade, geralmente após 5 anos. Ele dá preferencia ao estagio na garrafa,
(4 anos) e no máximo 1 ano em barris de carvalho. Seus vinhos podem ser classificados no jargão: “Vinhos de Autor”, vinhos artesanais ou Bodega de Boutique, (2 funcionários fixos: ele e sua filha e mais 3 contratados quando há necessidade). Seu marketing de vendas é sua própria imagem e o “boca a boca”. “Nunca peguei um telefone para vender uma garrafa, o mundo vem busca-las”, disse Carmelo Patti.
A produção anual é baixa, em torno de 60.000 garrafas.
Achar a vinicola é uma das maiores dificuldades para os turistas. Nenhuma placa indicativa. Quase ninguém da área tem conhecimento
desta vinicola, escondida atrás de um casarão antigo. Nem parece uma “bodega”, localizada em Perdriel, Lujan de Cuyo. Carmelo com simplicidade disse: “Não necessito de placas, simplesmente as pessoas que querem me visitar encontram o caminho”.
Foi uma tarde descontraída, uma aula de simplicidade deste mago do vinho argentino que não elabora vinhos brancos e somente três rótulos de tintos. Estes tintos de estilo europeu, elegantes, marcantes e complexos.
Degustação:
01: Malbec 2007 – US$65
O vinho sairá ao mercado este ano ou no próximo ano. Esta éa filosofia de Carmelo Patti. Ele manda no mercado e teimoso, ou melhor;
firme em seu propósito somente lança no mercado quando está pronto para beber.
De cor granada. Boa viscosidade de corpo médio. Na boca, macio, complexo remetendo a frutos secos. Persistência longa. Um vinho de
degustar de joelhos. Seu Malbec foi considerado o melhor tinto da Argentina.
02: Cabernet Sauvignon 2004 – US$65
Lançado recentemente no mercado este vinho de cor telha, mostrando 7 anos de dormência. Aromas elegantes e de alta intensidade, De corpo
leve, elegante, macio e complexo. Persistência longa.
03: Assemblage Cabernet Sauvignon, Malbec, Cabernet Franc e Merlot – 2003 – US$140
De cor telha. Elegante, delicioso, estilo Bordeaux. Grande
vinho.