Contrário a Bodega Noemía, a Bodega Schroeder é muito grande, com produção anual de 1,5 milhões de litros de vinhos tranquilos e 500 mil de espumantes elaborados pelo método Charmat. A área cultivada é enorme. São 140 hectares de vinhas, com as brancas: Sauvignon Blanc e Chardonnay e as tintas: Pinot Noir, Malbec, Merlot e Cabernet Sauvignon.
As uvas já estavam quase totalmente maduras. A colheita das brancas foi realizada na 1ª quinzena de fevereiro e as tintas serão colhidas na 2ª semana de Março.
Como a maioria das vinícolas da Patagônia, em cada lote de vinhedos existem linhas retilíneas de Álamos que são plantados objetivando minimizar os fortes ventos da Patagônia e para amenizar o forte calor do clima semi-desértico. Como o índice pluviométrico é baixíssimo, em torno de 150 milímetros ao ano é necessário fazer irrigação, a qual é feita através de mangueiras que seguem a linha das plantas conduzidas pelo sistema espaldeira. Uma das grandes vantagens disto é que através de um sistema computarizado pode-se alterar o volume de água, conforme a necessidade de cada fileira de plantas. Além, o sistema permite a injeção junto com a água de produtos corretivos de solo, que nesta região é bastante seco e arenoso.
O lay-out da bodega segue a tendência mundial de elaborar projetos da vinicola em níveis, (tecnologia de vinificação por gravidade). A bodega da Família Schoroeder tem 5 níveis. Na parte superior ficam os equipamentos de recebimento da matéria prima. No piso abaixo, as prensas pneumáticas . No terceiro piso os tanques de fermentação. No quarto piso os tanques de estabilização e no piso inferior as salas de barricas de carvalho francês e americano (700 barricas). Este sistema intitulado; Gravitacional tem suas vantagens pois elimina, em parte, a utilização de bombas para as trasfegas, do mosto e vinho, diminuindo assim a entrada de oxigênio no mosto e no vinho que se encontra em fase de elaboração.
A linha de produção da Bodega se divide em três: Linha Saurus Classico, linha Barrel Fermented e os de alta gama, linha Reserva Patagônia Select. Os vinhos da linha Saurus Clássico, são assim chamados pois durante a construção da vinícola um empregado que estava escavando encontrou partes de um dinossauro.De maneira geral elaboram esta linha passando 40% de seu volume em barricas, (4 meses) e 60% em reservatório de aço inoxidável. Todos os vinhos são varietais: Brancos: Sauvignon Blanc e Chardonnay. Tintos: Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot e Pinot Noir.
A linha Saurus Barrel Fermented, também segue a filosófica de vinhos varietais, com as mesmas castas acima, porém de qualidade superior à linha Saurus Clássico. Os vinhos de qualidade superior as estas duas no rótulo aparece a palavra Select.
Plantação de Alamos para proteger os vinhedos do forte vento da Patagônia.
Degustação:
Vinho o1: Saurus Chardonnay 2010
Visual: De cor branca palha, bem claro. Viscosidade média. No nariz: aromas leves de frutas cítricas, destacando a pera. Na boca: sem corpo, leve, vinho simples, para o dia a dia.
Vinho o2: Saurus Malbec 2010
Rosa salmão, bem claro, surge no elo. Viscosidade bem baixa, poucas lágrimas, mostrando corpo leve. No nariz: aromas fracos de flores, sobressaindo a rosa. Na boca: corpo leve, sem muito o que mostrar. Retrogosto curto. Simples, mas bem elaborado. Vinho para o dia a dia.
Vinho o3: Saurus Pinot Noir 2010
Gostei deste Pinot Noir, no nariz pela sua intensidade aromática, floral. Mas, na boca, fugidio, (some rápido), sem tempo para dizer o porque veio. Sem alcance. Sem presença. Vinho fraco.
Vinho no4: Merlot 2009
De cor violeta, claro, brilhante, mostrando poucos sinais de evolução, mas está pronto para degustar. No nariz: aroma doce, floral de média intensidade. Na boca se apresenta bem, jovial, simples, para o dia a dia. Retrogosto curto.
Vinho no5: Malbec 2009
De cor rubi de pouca intensidade. Boa viscosidade. De corpo pequeno, bem diferente dos Malbecs argentinos. Vinho para o dia a dia, sem mostrar a tipicidade desta uva emblemática da Argentina.
Vinho no6: linha da Família – Um corte de Pinot Noir com Malbec, safra 2005, se apresentou de cor rubi, com boa intensidade aromática, com aromas de ótima qualidade. Na boca, corpo médio, retrogosto médio. Harmônico. Este vinho dá um salto de qualidade se comparado aos anteriores.
Vinho no7: Cosecha Tardia – (Vinho de sobremesa).
Este vinho foi elaborado com uvas super maduras de Pinot Noir que atingiu 16% de teor alcoólico. De cor salmão. E de pequena intensidade aromática para um vinho “colheita tardia”. Na boca; ele melhora. Apresentando equilibrado entre a acidez e a doçura, fator importante para que um vinho de sobremesa não se mostre ser enjoativo.