A linha de espumantes é o cartão de visita do Brasil, apesar dos tintos que a cada ano melhora a sua qualidade. São centenas de rótulos de espumantes nacionais elaborados pelo método Charmat com proposta de frescor e acidez bem posicionada. Os espumantes elaborados pelo método Champenoise são também interessantes e complexos. Para completar o quadro, o Brasil produz centenas de rótulos de espumantes demi-sec (meio doce), geralmente servidos com a sobremesa.
Da denominação de Pinto Bandeira, próximo a Bento Gonçalves, vem o melhor espumante do Brasil: o Cave Geisse. Experimente o Brut e o Nature. De nível internacional, bate muitos Champagnes (França), Cavas (Espanha) e Proseccos (Itália). Considero o Brasil o terceiro país mais importante do mercado internacional de espumantes e o melhor da América.
Com relação aos tintos, já é hora do brasileiro deixar seus preconceitos e conhecer cerca de 100 rótulos que merecem estar nas nossas mesas. Não temos que comparar com os importados. Temos que entender a proposta do vinho nacional que seu terroir permite apresentar ao mercado – vinhos jovens, alegres e descontraídos como nosso povo. Estilo entre o Novo Mundo e o Velho Mundo.
Nos vinhos tintos finos nacionais não busque por potência, muito extrato, elevado corpo e alto teor alcoólico. A proposta na maioria dos tintos nacionais é de frescor, jovialidade e acidez pungente. Entretanto, a presença do Brasil como exportador ainda é pequena. Estamos na 57ª posição, exportando 1,5 milhões de litros sobre uma produção de 56 milhões de litros de vinhos finos.
Devemos considerar também que as vinícolas brasileiras têm equipamentos de vinificação de alta tecnologia, e que muitas estão convertendo o sistema de condução pergolado pelo sistema espaldeira, que proporciona uvas mais maduras e de melhor qualidade.
Alguns vinhos tintos interessantes estão surgindo na Serra do Sudeste e Campanha Gaúcha, fronteira com o Uruguai. São vinhedos ainda jovens, mas que prometem. Parece que tem grande futuro, pois as condições de cultivos são melhores do que a Serra Gaúcha, menos chuva, humidade inferior e vinhedos plantados somente em espaldeira. Na Campanha Gaúcha as condições de solo e clima são próximas do ideal para o pleno desenvolvimento da viticultura.
Dicas de bons vinhos tintos do Rio Grande do Sul: Cainelen Marselan, Pizzato DNA Merlot, Almaúnica Malbec, Almaúnica Syrah, Aurora Pequenas Partilhas Carmenère, Miolo Vinhas Velhas Tannat, Quinta do Seival Merlot, Terroir Merlot, Lidio Carraro Grande Vindima Tannat e Rastros do Pampa Cabernet Sauvignon.