Cortes de Cima é a saga da família aventureira do casal dinamarquês Hans Jorgensen e da simpática e atenciosa americana Carrie Jorgensen. Aventureiros porque o casal viajou o mundo de barco e visitou muitos países em um motorhome, até conhecer estas terras da Vidigueira, no Alentejo, onde começaram do zero, seu sonho de ter uma vinícola.
Hoje a Corte de Cima é fortemente conhecida e respeitada tanto em Portugal como no exterior, exportando cerca de 30% de sua produção.
Os dois aventureiros foram precursores em experimentar a casta francesa Syrah, no Alentejo. Quando lançaram este vinho o órgão controlador da região proibia a elaboração de vinhos com castas não portuguesas. Mas, o vinho saiu no mercado sem a inserção no rótulo da garrafa a casta Syrah. Por isto seu vinho foi chamado de Incógnito. Sua fama de grande vinho foi tomando conta do Alentejo e dos críticos internacionais. Depois de conquistar a crítica internacional, o órgão controlador da região do Alentejo passou a aceitar a inserção do nome Syrah. Muitos outros produtores criaram coragem e começaram a plantar Syrah no Alentejo. E, tudo indica que a Syrah vei para ficar no Alentejo e se destacar em Portugal.
Em uma paisagem estonteante e bela em seus vinhedos desfilam as tintas Aragonês, Touriga Nacional, Petit Verdot e Trincadeira.
Após a visita à vinícola descobrimos uma quadra de ténis, e jogamos uma partida.
Degustação na Cortes de Cima:
01: Chaminé Branco 2011
Este vinho é muito conhecido dos brasileiros. Um branco em corte de Antão Vaz, Viognier e Sauvignon Blanc. Duas castas francesas com uma portuguesa, com certeza… De cor branco palha. Viscosidade média. Nariz elegante e de alta intensidade aromática. Na boca, excelente acidez, que saliva bem a boca. De corpo médio. Retrogosto médio. Muito bom. 84 pontos.
02. Mesmo vinho mas da safra 2012
O vinho ainda não estava muito jovem. Ainda não lançado no mercado. Mostra as mesmas características do anterior mas com uma carga de mineral. Por isto um ponto a mais. 85 pontos.
03: Chaminé tinto 2011
Este vinho tinto é um corte de 50% de Aragonês, 23% de Syrah, 19% de Touriga Nacional, 4% de Alicante Bouchet, 2% de Cabernet Sauvignon e restante de Petit Verdot.
De cor violeta, não muito opaca. Este tinto tem uma proposta frutal (não passa por barricas de carvalho). De viscosidade média. No nariz, aromas frutados. Para ser consumido jovem. Na boca um pouco herbáceio. Bem elaborado. Muito bom. 85 pontos.
04: Cortes de Cima 2010
Um corte de 35% de Surah, com 30% de Aragonês, 10% de Petit Verdot, 10% de Alicante Bouchet, 10% de Touriga Nacional e restante de Cabernet Sauvignon.
De cor violeta, clara. Alta viscosidade. No nariz, aromas de intensidade média. Na boca, taninos presentes de carga média, maduros e macios. Retrogosto curto. Bom elaborado. Muito bom. 85 pontos.
05: Trincadeira 2010
Um varietal com a casta Trincadeira, de cor violeta, clara. Viscoso. No nariz, aromas de ameixa preta e de intensidade média. Viscosidade média. Na boca, de corpo leve. Taninos domados e elegantes. Retrogosto curto. Muito bom. 85 pontos.
06: Corte de Cima Hans Christian Andersen 2010
Este vinho foi elaborado em homenagem ao escritor Dinamarquês que escreveu o livro Soldadinho de Chumbo. Um conto de fadas que conta a história de um menino que ganhou em seu aniversário uma caixa de soldadinhos de chumbo. Perfilou-os e o último da fila tinha somente uma perna. Ao lado uma bailarina de papel se equilibrando em uma perna. Inicia-se um amor platônico. Seu final não é feliz. No dia seguinte, o soldado cai do parapeito da janela, na calçada. Dois meninos encontram o soldado, o colocam num barquinho de papel e o lançam pela sarjeta. O barquinho cai no esgoto, mas o soldado continua navegando até cair num canal, onde é engolido por um peixe. Quando este é pescado e cortado, o soldado está na mesma casa de antes, e é colocado de volta próximo à bailarina. Inexplicavelmente, o menino joga o soldado no fogo. Um vento sopra e derruba a bailarina também no fogo; ela é consumida instantaneamente, somente restando a lantejoula. O soldado derrete numa poça em forma de coração.
De cor violeta. Alta viscosidade. Aromas elegantes e de alta intensidade e qualidade remetendo à pimenta branca. Na boca, de corpo médio. Elegante, taninos macios, delicados e domados. Excelente. 90 pontos. Um vinho com final feliz, (retrogosto longo – grande final de boca).
07: Incógnito 2009
O grande vinho da casa surgiu na degustação e se apresentou de cor violeta, opaca, quase negra. Alta viscosidade. Untuoso. No nariz, aromas de especiarias de alta intensidade e qualidade. Na boca, de grande corpo, macio, aveludado. Retrogosto longo. Excelente. 90 pontos.