Ainda na região de Bernkastel, visitamos a vinícola Selbach Oster que está entre as melhores do mundo quando o assunto é vinhos brancos – Riesling. Ela apresenta uma série de vinhos brancos excepcionais que recebem pontuações entre a faixa de 90 a 99 pontos.
Fomos bem recebidos por Johanner Selbach que apresentou a filosofia e proposta de seus vinhos Riesling: elegância e tipicidade conseguida nos seus vinhedos de Zeltinger Himmelreich, Zeltinger Schlossberg e Zelting Sonnenuhr.
Degustação na Selbach Oster
Começamos com uma degustação vertical – um mesmo vinho de safras diferentes.
01: Selbach Oster Zelting Schlossberg Riesling – Spatlese 2008 – Trocken (seco)
De cor amarela dourada. Grande viscosidade. No nariz aromas intensos. Na boca boa acidez. Boa presença de boca. Retrogosto médio. Muito bom. 89 pontos
02: Selbach Oster Zelting Schlossberg Riesling – Spatlese 2009 – Trocken (seco)
Este 2009, segue a mesma linha do anterior quanto a cor e sua intensidade aromática. Mas apresenta mais elegância e finesa. Muito bom. 89 pontos
03: Selbach Oster Zelting Schlossberg Riesling – Spatlese 2002 – Trocken (seco)
Este 2002 a intensidade do amarelo está mais forte pelo passar dos anos. No nariz esplêndido com alta intensidade aromática remetendo a mel de excepcional qualidade. Na boca mostra grande mineralidade. Grande corpo, macio, delicado, elegante, fino, maravilhoso. Excelente. 94 pontos.
04:Zeltinger Himmelreich Riesling Kabinnet 2011 – Halbtrocken (meio seco).
Este Kabinnet, (na legislação alemão significa, vinho leve elaborado de uvas maduras de uma determinada região específica). Geralmente são simples. Mas não é o caso deste vinho de Selbach Oster.
Ele se apresentou de cor branca, clara. Viscosidade média. Aromas de peras maduras e de intensidade média. Na boca boa presença, corpo leve. Retrogosto médio. Para um Kabinnet este vinho surpreende. Bom vinho. 84 pontos.
05: Riesling Spatlese Feinhert “Alte Reben” 2011
O termo Feinhert é inserido no rótulo para dizer que o vinho é meio doce.
De cor branca. Viscosidade média. Aroma por definir ( o vinho estava fechado). Na boca, macio, um pouco doce além do que gosto. Bom vinho. 84 pontos.
Seguimos com mais uma vertical de Kabinnets
06: Wehlener Sonnenuln Riesling Kabinnet 2011
De cor amarelo claro. Boa viscosidade. No nariz aromas de frutas brancas. Um pouco doce, mas sem perder o frescor. Bom vinho. 82 pontos.
07: Wehlener Sonnenuln Riesling Kabinnet 2012
Já este vinho branco de 2012 mostra uma cor um pouco mais para o amarelado. Viscosidade média. Boa intensidade aromática. Na boca estava com leve amargor. Bom vinho. 81 pontos.
08: Wehlener Sonnenuhr Riesling Kabinnet 2007
De cor e intensidade aromática semelhante ao anterior. Na boca uma gostosa doçura. Bem mais complexo e elegante que os dois anteriores. Muito bom. 88 pontos.
09: Wehlener Sonnenuhr Riesling Kabinnet 2010
Esta safra de 2010 foi uma das melhores da desta década, no Mosel e este vinho mostra muita coisa. Viscosidade média. Aromas petroláceos, complexo, alta intensidade aromática e de excelente qualidade. Na boca, complexo, delicioso, equilíbrio perfeito entre a acidez e a doçura. Retrogosto longo. Excelente vinho. 94 pontos.
10: Zelting Sonnenuhr Riesling – Auslese 2008
Este vinho foi elaborado com uvas botrytizadas (20%), com um baixo teor alcoólico, 8,5% se apresentou de cor amarelo de claro para dourado. Aromas de frutas tropicais de excelente qualidade e grande intensidade. Na boca,macio, aveludado. Um vinho para tomar de joelhos e fechar a nossa visita, com chave de ouro. Vinho excepcional. 95 pontos.
Após 10 dias de estadias no Mosel, deixamos o vale com a sensação de dever cumprido. Pudemos conhecer melhor esses tão peculiares vinhos alemães que são difíceis de serem degustados no Brasil. Além disso, foi possível entender melhor seus complicados mas muito bem explicativos rótulos, que exigem bastante teoria e conhecimento da parte do consumidor.
A última cidade que visitamos, foi Trier, que fica na outra ponta do vale do Mosel, quase na divisa com Luxemburgo. Após visitar a Catedral, um centro de poder do clérigo alemão, nesta cidade, fomos até a Porta Nigra. O principal monumento da cidade, construída pelos romanos em 180 d.C. em sinal de poder e dominio.
É uma construção com quatro torres edificadas sem nenhuma argamassa, somente os cravos de ferro fundido unem as grandes pedras amontoadas uma sobre a outra em uma construção magnífica. Com o passar dos anos as pedras brancas se tornaram escuras, por isto o nome de Porta Nigra. Após despedirmos da nossa Tia Cloti, seguimos estrada abaixo com direção a Luxemburgo.