A Borgonha, coração da França, é uma cocha de retalhos. Seus vinhos são mágicos. São milhares de pequenos produtores com vinhedos com
pequenas parcelas entre 1 a 3 hectares, em média, distribuídos em um faixa de 360 kms desde a cidade de Chablis, passando por Dijon, ao norte até a região dos Beaujolais, ao redor de Mâcon, no sul, perto da cidade de Lyon.
A região de Borgonha se divide em 5 sub-regiões: Chablis, Côte d’Or (Côte de Nuits e Côtede Beaune), Côte Chalonnaise, Mâconnais, e Beaujolais.
O Terroir da Côte D’ Or é privilegiado e produz vinhos sublimes. É a mais prestigiada sub-região da Bourgogne e incluí, na realidade, as duas sub-regiões mais famosas: Côtes de Nuits e Côtes de Beaune que possuem várias Appellation Origen Controlèe, (AOC), Premier cru e Grand
Cru.
A Côte de Nuits é a parte norte da Côte d’Or, sendo constituída por uma estreita e contínua faixa de vinhedos, que se estendem desde Dijon até o norte da cidade de Beaune. A Côte de Beaune fica abaixo de Côte de Nuits a partir da vila Ladoix e se extende ao sul da cidade de Beuane e seus vinhedos seguem mais ao sul até Volnay e Meursault.
A Côte de Nuits se apresenta como uma sucessão de encostas, em curvas variadas, dando a alguns vinhedos orientação nordeste e a outros,
sudeste. As vinhas crescem em altitudes que variam de 225m a 350m, sendo que os vinhedos das áreas mais planas têm o direito de usar a apelação Village (appellations communales ou regionales) e não ultrapassam os limites da rodovia RN 74, a leste. E os vinhedos nas encostas recebem apelação de Premier Cru ou Grand Cru.
As principais apelações de Côtes de Nuits são: Fixin, Chambertin, Gevrey –Chambertin, Morey-St-Denis, Chambolle-Musigny, Vougeot, Vosne-Romanée, Nuits-St-Georges, e Côtes de Nuits Village.
As principais apelações de Côte de Beaune são: Ladoix, Aloxe-Corton, Corton, Auxey-Duresses, Bâtard-Montrachet, Pernand-Vergelesses; Savigny-Lès-Beaune, Meursault, Chassagne-Montrachet, Chevalier-Montrachet, Puligny-Montrachet; Chevalier-Montrachet; Criots-Bâtard-Montrachet,Chorey-Les Beaune, Corton-Charlemagne, Cõte de Beaune Villages, Criots-Bâtard-Montrachet, Pommard e Volnay,
A Borgonha é complexa. Entendê-las exige decorar muitos nomes das pequenas vilas, os nomes das centenas de vinhedos e os nomes de milhares de produtores e negociantes. Além, cada produtor ou negociante pode colocar no rótulo uma apelação determinada. Por exemplo, o vinho AOC denominado Clos de Vougeot é elaborado por mais de 20 produtores. Portanto não é somente importante conhecer cada apelação, mas também a seriedade de cada viticultor ou negociante.
Logicamente, os produtores são um fator muito importante a considerar, já que nem todos produzem vinhos de qualidade. Os melhores produtores, a poucos metros de distância, um do outro, podem criar vinhos que significam a união do hedonista com o intelectual, coisa que em outros vinhos é muito difícil lograr, vinhos totalmente diferentes em estilo e qualidade. Os produtores ruins simplesmente escondem um vinho fraco atrás de um nome importante, geralmente de seu vizinho. Assim é o mundo do vinho na Borgonha; complexo, com grandes vinhos e armadilhas de vinhos ordinários atrás de nomes importantes que aproveitam da fama de seu vizinho para pedir por preços elevados e de qualidade discutível. A ordem na Borgonha é garimpar grandes vinhos entre os “premier e grand crus” ou entre os de classificação mais inferior como os vinhos das apelações regionais.
Assim é o mundo do vinho na Borgonha: complexo, com grandes vinhos e armadilhas de vinhos ordinários atrás de nomes importantes que aproveitam da fama de seu vizinho para pedir por preços elevados e de qualidade discutível. A ordem na Borgonha é garimpar grandes vinhos entre os “premier e grand crus” ou entre os de classificação mais inferior como os vinhos das apelações regionais.