

Após conhecer a cidade de Heidelberg partimos para o nosso principal objetivo na Alemanha, visitar a principal região vinícola deste país, Mosel-Zaar-Ruwer.
Após finalmente atingir a cidade de Koblenz, porta de entrada da estrada do vinho da região de Mosel, onde o rio de mesmo nome encontra com o rio Reno, percorremos cerca de 15 km observando os espetaculares vinhedos plantados nas colinas íngremes. Paramos de fato em Winningen, onde visitamos a vinícola Heymann-Lowenstein.
Fomos recebidos pelo proprietário Reinhard Heymann-Lowenstein, famoso pelos seus vinhos que, em cada safra, atingem a faixa dos 95-100 pontos, destinada aos vinhos fora de série, diferenciados e espetaculares.
Degustação na Heyman-Lowenstein:
Nossa expectativa era grande para a primeira visita de uma vinícola européia. Além disso, tínhamos informações de que está vinícola apresentava vinhos diferenciados e de qualidade elevada.
Seus vinhos mostraram uma tipicidade impressionante. Os 17 hectares são divididos de acordo com cada tipo de pedra (ardósia e xisto) que compõem o seu solo. Durante a colheita as uvas são colhidas separadamente por cada tipo de solo e vinificadas separadamente.
01: Heyman-Lowenstein Schieferterrasen 2011 – 14,50 Euros
De cor amarelo dourado. Grande viscosidade. Alta intensidade aromática remetendo a mel e de excepcional qualidade. Na boca grande presença, grande corpo e uma acidez espetacular que enche a boca. Retrogosto longo. Vinho excepcional. 93 pontos.
02: Heymann-Lowenstein Von Blaueim Schiefer 2011 – 17,50 Euros
De cor amarelo claro. Alta viscosidade. Aromas de alta intensidade remetendo a frutas maduras passando pelo mel. Na boca ótimo ataque, boa presença de boca. Aveludado, macio, untuoso. Bastante complexo. Retrogosto longo. Vinho excepcional. 92 pontos.
03: Heymann-Lowenstein Kirchberg 2011 – 19 Euros
De cor amarelo claro. Alta viscosidade. Intensidade aromática inferior aos dois anteriores. Na boca ótima acidez, macio, elegante. Muito bom vinho. 85 pontos.
04: Heymann-Lowenstein Stolxenberg 2011 – 19 Euros
De cor palha. Alta viscosidade. Aromas de alta intensidade e qualidade lembrando rosas brancas. Na boca, corpo médio. Bom vinho. 84 pontos.
05: Heymann-Lowenstein Rottgen 2011 – 22 Euros
De cor amarelo dourado. Bela viscosidade, com lágrimas teimosas em cair pela taça. No nariz, uma doçura de mel com alta intensidade e qualidade. Na boca, macio, aveludado, ótima acidez. Retrogosto longo. Muito bom. 89 pontos.
06: Heymann-Lowenstein Uhlen Blaufuber 2011
Amarelo claro. Alta viscosidade. No nariz ainda estava fechado. Na boca, macio, de corpo médio. Retrogosto longo. Depois de um tempo de espera o vinho se abriu mostrando toda sua qualidade. Muito bom. 89 pontos.
07: Heymann-Lowenstein Uhlen Laubach 2011
Amarelo dourado. Viscosidade idêntica aos anteriores. Aromas minerais. Na boca, uma acidez que enche a boca. Muito macio e delicado. Bem diferente da linha dos seis vinhos degustados. Retrogosto longo. Muito bom. 89 pontos.
08: Heymann-Lowenstein Uhlen Roth Lay
De cor amarelo claro. Alta viscosidade. No nariz alta intensidade aromática de mel. Na boca uma deliciosa doçura. Grande corpo e grande final de boca. Retrogosto longo. Vinho excelente. 92 pontos.
No dia seguinte à degustação fomos acompanhar a colheita em um dos vinhedos da Heymann.
Que tarefa dura para os colhedores. Subir ladeiras íngremes com dezenas de patamares de pedra ardósia que passa aos vinhos características únicas e diferenciadas, gerando vinhos de alta tipicidade.
O interessante foi conhecer o sistema de cremalheira com um carinho (mono-trilho) que avança morro acima para buscar as caixas cheias de uvas.
Muitas uvas foram atacadas pelo fungo Botrytis Cinerea, o fungo da “podridão nobre” que penetram nas uvas desidratando-as, aumentando a concentração de açúcar, criando assim condições para gerar excepcionais vinhos de sobremesa. Um elixir da natureza.
Excepcionalmente, este ano o ataque deste fungo não foi amplo. Conversando com Reinhard ele comentou que já tinha decidido que nesta colheita de 2012 não serão elaborados os vinhos Trockenbeerenauslese (predicado da mais alta categoria, constituído por vinhos procedentes de uvas especialmente selecionadas e colhidas tardiamente, secas).
Próximo destino: Cochem.